terça-feira, 16 de outubro de 2012

Rotina de uma vida.


 Hoje acordei a perguntar-me como uma gotinha de água pode trazer tanta tristeza, depois de me lembrar que na noite anterior adormeci a chorar. E continuo com essa pergunta na minha cabeça.
 Mas ao mesmo tempo, admiro-as. Admiro-as porque conseguem suportar aquele sofrimento todo, por um tempo. Projetando as memórias do seu pertence, lá vão elas pelo rosto fora, sempre fortes, sem nunca se rebentarem.
 A verdade, é que estou farta desta rotina. Acordar, ir para a escola, fingir que tudo está bem e iludir-me com cada palavra que sai da boca de alguém. Começo a ficar farta desta agonia, deste sufoco, destas lágrimas, deste tudo.
 A vida está difícil demais. Quero a minha infância. Quero voltar ao meu sofá, à minha manta, à minha almofada tão fofinha e ao meu leite com chocolate quente. Quero voltar a não me importar quando abro os olhos para começar um novo dia.
 Hoje, dou razão à minha mãe. Bem ela dizia que o mundo estava cheio de falsidade, de ódio, de guerra, de sofrimento... Bem ela pedia para eu não crescer muito cedo, porque iria arrepender-me. E tinha toda a razão.
 Mas, eu tento. Tento viver como nunca antes vivi. Tento ser feliz, ter força. Mas a vontade esgota-se. E é aí que tudo corre mal, é aí que tudo vai por água abaixo. E, mais uma vez, para me fazerem companhia, lágrimas. Essas que escorrem, pela milésima vez, no meu rosto. Essas que tentam ser fortes, mas como tudo na vida, ela esgota-se, tal como eu me esgotei.
 Fecho os olhos, lavo a cara e vou para a rua, com um sorriso na cara... mais uma vez.

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